Coordenadores:
Fernando Gazoni - Engenheiro, Bacharel em Letras Clássicas, cantor lírico (baixo), Professor de Língua e Literatura Grega na Universidade Federal de São Paulo (Campus Guarulhos).
Paulo Ferreira - Professor de História da Filosofia Antiga: Helenismo na Universidade Federal de São Paulo (Campus Guarulhos).
Vicente Sampaio - Mestre (UNICAMP) e doutorando (UFU) em Filosofia. Professor de filosofia, grego antigo e latim da Faculdade de São Bento, atual Presidente da Diretoria Executiva da Areté.
02 DEZEMBRO 2020 QUARTA 19:00 às 20:30h
Aristóteles (384-322 a.E.C.) sustentou que o ente humano seria o único animal que ri. Também propôs que, além de cócegas, certas torpezas isentas de dor suscitariam o riso. Nesta palestra veremos que apenas em fins do século XX a etologia confirmou o primeiro postulado, enquanto a análise de pinturas contemporâneas ao Estagirita retratando cenas dramáticas elucidou o segundo.
Vera Cecília Machline - Bacharel em Letras (1982), Vera Cecilia Machline possui Mestrado e Doutorado em Comunicação e Semiótica (1992 e 1996) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Desde agosto de 1999, após um ano de pós-doutorado, é professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em História da Ciência (PEPGHC) da PUC-SP. Junto ao Centro Simão Mathias de Estudos em História da Ciência (CESIMA), desenvolve investigações em História da Ciência, particularmente no âmbito da História da Medicina e da História das Ciências da Vida. Tem mais de 50 publicações, inclusive no exterior, tratando – dentre outros temas – sobre o desenvolvimento da teoria humoral e dos quatro temperamentos, concepções de outrora sobre a alegria e o riso, a descoberta da circulação do sangue por William Harvey, os estudos anatômicos de Aristóteles, visões passadas sobre o escorbuto e, mais recentemente, panaceias inglesas seis e setecentistas. Currículo Lattes completo: http://lattes.cnpq.br/2640121482503752
Palestrante Simone Seminara
Um dos fenômenos mais importantes da filosofia contemporânea é a redescoberta, por parte dos filósofos analíticos, dos assuntos de ontologia e metafísica clássica. De modo muito geral, pode-se dizer que a ontologia é a disciplina que se ocupa de estabelecer quais itens e quais categorias temos de admitir para dar conta do mundo que nos circunda. Nesta palestra, Simone Seminara introduz os principais aspectos do debate contemporâneo sobre três grandes assuntos de pesquisa – (1) existência; (2) universais; (3) objetos materiais –, comparando as diferentes posições defendidas em âmbito analítico com aquelas sustentadas pelo filósofo ao qual tais posições ligam-se mais o menos conscientemente e/ou criticamente: Aristóteles.
Aristóteles.
(1) Existência: O modo por meio do qual no debate contemporâneo a questão sobre a natureza da existência é abordada consiste em perguntar se a existência é ou não uma propriedade. (a) Afirmar que a existência é uma propriedade significa que há um dado domínio de objetos e que alguns desses objetos têm a propriedade de existir (e, então, existem) e que outros desses objetos não têm a propriedade de existir (e, então, não existem). Pelo contrário, (b) negar que a existência seja uma propriedade significa que não faz muito sentido falar de coisas que são, mas não existem. Filósofos como Meinong defendem a primeira posição. Filósofos como Quine defendem a segunda posição. Uma terceira posição (c) é defendida por Ryle, segundo o qual a existência é uma noção relativa. O verbo “existir” tem sentidos diferentes se aplicado a coisas de tipos ou gêneros diferentes. De modo sintético, para Aristóteles, em primeiro lugar, “ser” significa “existir” e, por essa razão, não é possível admitir objetos inexistentes, a saber, que são, mas não existem. Em segundo lugar, a noção de existência não é absoluta, mas relativa, na medida em que existir significa coisas diferentes para coisas de tipo diferente.
(2) Universais: Tradicionalmente, são três os argumentos em favor da existência dos universais: (a) os universais permitem explicar como é possível duas ou mais coisas terem as mesmas características (argumento ontológico); (b) só admitindo os universais podemos dar conta de alguns importantes aspectos semânticos, tais como a predicação, a saber, a estrutura sujeito-predicado e a referência dos termos abstratos (argumento semântico); (c) as leis naturais, que explicam algumas regularidades fundamentais do mundo físico, são conexões entre tipos de eventos ou coisas e as conexões entre tipos de coisas são conexões entre universais (argumento científico-normativo). No debate contemporâneo, posições realistas acerca dos universais são defendidas por filósofos como Russell e Armstrong. Enquanto ser realista significa admitir a existência de propriedades universais, há duas maneiras de ser 'não-realista': (a) negar que propriedades existem ou (b) admitir a existência de propriedades, mas insistir sobre o fato que são particulares e não universais. No debate contemporâneo, a primeira posição (nominalismo austero) é defendida por filósofos como Quine e Sellars; a segunda (particularismo), por filósofos como Williams. De modo sintético, para Aristóteles os universais são constituintes ontológicos dos indivíduos que os instanciam.
(3) Objetos materiais: No debate contemporâneo, é possível distinguir três posições sobre a estrutura dos objetos materiais: (a) a teoria neoaristotélica da substância; (b) a teoria do feixe (bundle) de propriedades; e (c) a teoria do substrato. As teorias neoaristotélicas da substância, defendidas por filósofos como Wiggins e Loux, são teorias não reducionistas, na medida em que afirmam que os objetos materiais são entidades ontologicamente primitivas. Independentemente de quão complexa seja a estrutura das substâncias ou em quantas partes as substâncias são divisíveis, as substâncias não são redutíveis a entidades mais fundamentais. A teoria do feixe de propriedades, defendida por filósofos como Goodman, afirma que um objeto é redutível ao complexo de suas propriedades. Assim como os teóricos do feixe, os teóricos do substrato – filósofos como Sider – também são reducionistas, na medida em que pensam que um objeto pode ser construído a partir das entidades mais fundamentais. Esses filósofos, todavia, afirmam que a estrutura metafísica de um objeto não se reduz ao complexo de suas propriedades, mas necessita de mais um componente, a saber, de um substrato que é o verdadeiro portador das propriedades do objeto. De modo sintético, a posição defendida por Aristóteles, retomada por filósofos contemporâneos não reducionistas acerca da natureza dos objetos materiais, desenvolve-se a partir da refutação de posições que são comparáveis seja à teoria do feixe de propriedades seja, embora mais problematicamente, à teoria de um substrato entendido como portador de propriedades.
30 NOVEMBRO SÁBADO 2019
10h às 13h GRATUITO
INSCRIÇÕES PARA EMISSÃO DE CERTIFICADO (a partir de 18/11)
https://sistemas.unifesp.br/acad/proec-siex/
DIVISÃO E DEFINIÇÃO NO SOFISTA DE PLATÃO
Palestrantes Victor Hugo Fonseca Coelho (USP)
Ana Beatriz Carvalho e Silva (USP)
Evento em parceria com a Unifesp.
Emissão de certificados pela UNIFESP
29 JUNHO SÁBADO 2019
10h às 13h
Palestrantes Fernando Gazoni, Gustavo Scudeller,
Luis Fernando Telles, Markus Lasch
Professores do Departamento de Letras da Unifesp
Evento em parceria com a Unifesp.
Emissão de certificados pela UNIFESP
29 JUNHO SÁBADO 2019
14h às 17h
I - Oficina de tradução (2º. semestre de 2017)
Texto: Platão, Demódoco
Horário: Sábados às 10h-13h, nos dias 05 e 19 de agosto, 16 de setembro, 07 de outubro e 11 de novembro (confraternização em 02 de dezembro)
Coordenadores: Fernando Gazoni, Paulo Ferreira e Vicente de Arruda Sampaio
Informações: professorgazoni@gmail.com
Esse texto, considerado um dos diálogos espúrios de Platão, será tema de cinco encontros nesse semestre. O objetivo é propiciar um primeiro contato com um texto grego original, de forma a treinar os participantes na tradução do grego clássico. Em cada encontro, um dos participantes será encarregado de propor a tradução de um trecho.
Calendário
DATA | Trecho a ser traduzido e pessoa encarregada de propor a tradução |
5 de agosto | 1 - 380 a1 até 380 c5 (Cléo Leiva Soares) |
19 de agosto | 2 - 380 c5 até 381 a3 (Sofia dos Santos Mendes) |
16 de setembro | 3 - 381 a4 até 381 c4 (Gustavo Santana de Sena) |
07 de outubro | 4 - 381 c5 até 381 e8 (Vinícius Barbosa Torres) |
11 de novembro | 5 - a definir |
02 de dezembro | Confraternização |
Bibliografia básica:
O texto a ser trabalhado pode ser acessado aqui:
II - Grupo de Leituras Avançadas (2º. semestre de 2017)
Texto: Platão, Mênon
Horário: Sábados às 10h-13h, nos dias 12 e 26 de agosto, 23 de setembro, 21 de outubro e 25 de novembro (confraternização em 02 de dezembro)
Coordenadores: Fernando Gazoni , Paulo Ferreira e Vicente de Arruda Sampaio
Informações: paulo.ferreira@unifesp.br
Pré-requisito: Domínio do grego antigo.
... νῦν δὲ τὰ μέγιστα τῶν ἀγαθῶν ἡμῖν γίγνεται διὰ μανίας, θείᾳ μέντοι δόσει διδομένης.
No 2º. semestre de 2017, o texto escolhido para o Grupo de Leituras Avançadas do Núcleo de Filosofia é o diálogo Mênon, de Platão.
O grupo é aberto. Estão convidados a participar todos aqueles que se interessem pelo texto e já disponham de sólidos conhecimentos do grego antigo.
Calendário
DATA | Encontro |
12 de agosto | 1 |
26 de agosto | 2 |
23 de setembro | 3 |
21 de outubro | 4 |
25 de novembro | 5 |
02 de dezembro | Confraternização |
Bibliografia básica:
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