ARETÉ

23/9 – às 16h.Foi no Oriente que a civilização grega encontrou sua grande rival. A Pérsia era rica, sofisticada, cosmopolita e, sobretudo, orgulhava-se de ser governada pelo “rei de todos os reis”. O contraste não poderia ser mais flagrante: de um lado, o culto à filosofia, às artimanhas da política e à celebração do divino em feições humanas; de outro, o valor da tradição dinástica, o poder em escala imperial e o gosto pela monumentalidade e pelo protocólo. A colisão entre estes dois mundos forjou a identidade da Grécia Clássica, que entraria para a história como símbolo da supremacia da inteligência sobre a força. Porém o modelo cultural persa estava destinado a renascer um dia. Não mais como “ameaça” e sim como fonte de inspiração para a nova ordem inaugurada por Alexandre: a civilização helenística.

* Plinio Freire Gomes é autor de “Um Herege vai ao Paraíso” (Companhia das Letras, 1997). Mestre em história pela USP, viveu durante dez anos em Florença, estudando o Renascimento. Viveu também seis no Oriente Médio, onde pesquisou arte e cultura islâmica. Atua como conferencista, tendo promovido cursos livres no Masp, Museu de Arte Sacra, Casa do Saber, Fundação Ema Klabin, Museu de Arte Moderna e Centro Universitário Maria Antonia/USP. Organiza viagens culturais, com foco em museus, monumentos e ruínas, em países como Itália, Espanha, Marrocos e Irã.