Fórum Internúcleos & Confraternização
Dezembro de 2019
O Fórum Internúcleos da ARETÉ é realizado ao fim de cada semestre do ano.
No primeiro semestre, os núcleos escolhem livremente os temas de suas apresentações (geralmente elaboram uma breve exposição dos estudos desenvolvidos internamente).
No segundo semestre, os núcleos fazem apresentações sobre um tema comum.
Nesta edição do evento, trataremos do deus do teatro e do vinho: DIONISO.
O evento acontecerá em 2 domigos diferentes: 01 e 08 de dezembro de 2019, com o objetivo de promover o convívio e a integração dos frequentadores da Areté. Fecharemos o fórum com a nossa tradicional confraternização de fim de ano.
CRONOGRAMA DE EVENTO
01 de dezembro
HORÁRIOS:
14:30 Recepção
15:00 – 15:35 Núcleo de Mitologia;
15:40 – 16:15 Núcleo de Artes Plásticas;
16:20 – 16:55 Núcleo de Matemática e Ciências;
17:00 – 17: 10 Pausa para café
17:15 – 17:50 Núcleo de Arqueologia;
17:55 – 18:30 Núcleo de Culinária;
18:35 – 19:10 Núcleo de Dança – Carnaval de Náussa;
19:10 Encerramento.
08 de dezembro
HORÁRIOS:
14:30 Recepção
15:00 – 15:35 Núcleo de História;
15:40 – 16:15 Núcleo de Filosofia;
16:20 – 16:55 Núcleo de Música;
17:00 – 17: 10 Pausa para café
17:15 – 17:50 Núcleo de Literatura e SIANK;
17:55 – 18:30 Núcleo de Teatro;
18:35 Confraternização.
PROGRAMAÇÃO TEMÁTICA
01 de dezembro
Núcleo | Resumo |
Mitologia Stylianos Tsirakis 15:00 – 15:35 |
Dioniso, mortes e renascimentos Os principais aspectos de Dioniso – o deus do vinho, da transformação, do teatro e das máscaras – são apresentados através da análise dos mitos de nascimento e morte de Dioniso Zagreu e Dioniso Olímpio. Além dos relatos míticos, a exposição explora hermeneuticamente imagens do deus e trechos de poemas épicos e órficos. |
Artes Plásticas |
O espaço Dionisíaco na sala de aula Apresentaremos uma série de desenhos, pinturas, mascaras e cerâmica. Tal como Dioniso, o artista questiona, provoca, pulsa, salta, jorra, faz dançar, cantar, rir e chorar. Estrangeiro, louco, marginal, epidêmico, o Deus enche o coração de desejo, amor e sangue, desafiando-nos a redesenhar a nós mesmos e a reimaginar o mundo ao redor. Sob a inspiração de Dioniso, dá-se o morrer e o renascer da centelha divina em papeis e pinceis embriagados de formas e cores, assumem-se os riscos do vazio e da plenitude. |
Matemáticas e Ciências Henrique Marins João Cortese Tiago Tranjan 16:20 – 16:55 |
Frio na barriga e maravilha: carnaval na matemática grega O Stomáchion de Arquimedes é um tratado sobre o jogo de montar com o mesmo nome. Nele se encontra um tipo de matemática diferente daquela dedutiva e austera, normalmente associada ao pensamento grego. No Stomáchion e em outras obras de Arquimedes, sugere-se um “carnaval dos cálculos”: uma matemática sem noção forte de “fundamentos”, em contraste com a axiomática euclidiana. Em A medida do círculo, o célebre siracusano oferece um valor de pi por aproximação, procedimento novo e inusitado. Como nota o especialista Reviel Netz, a matemática à época de Arquimedes busca causar “maravilha”, pois calcula números gigantescos sem lugar claro na “harmonia” do mundo. Desse modo, em Arquimedes é possível encontrar certo caos criativo que se poderia dizer “dionisíaco”: além de dar “frio na barriga” (uma tradução livre de Stomáchion), a matemática também pode surpreender e iluminar o espírito. A apresentação discute a tese de R. Netz, ponderando em que sentido a matemática arquimediana pode ser considerada “lúdica” e “carnavalesca”. |
Arqueologia Estevam Almeida 17:15 – 17:50 |
Dioniso desmótes-eleútheros: sua expressão material no processo de formação da pólis A Grécia é chamada de berço da civilização ocidental. Desde o Renascimento nos legaram a ideia a Grécia como lugar de formas sublimes. Quem chega à Acrópole e depara-se com o Pártenon talvez pense simplesmente em beleza e perfeição. A alvura do mármore em contraste com o azul do céu é o emblema da Grécia. Mas no panteão olímpico há um deus cuja imagem parece discrepar desse cenário: Dioniso, o deus da embriaguez e do teatro. Homero o chama de “delirante” (μαινόμενος) e de “alegria dos mortais” (χάρμαβροτοῖσιν).Hesíodo o caracteriza como “de áureas madeixas” (χρυσοκόμης) e “cheio de alegria” (πολυγηθής). Nos mitos, Dioniso é um errante, duas vezes nascido, que perambula pelo mundo antes de retornar à sua terra: Tebas. Esse traço migratório revela que o deus sofreu mutações no tempo, assumindo a marca do estrangeiro. É o senhor do teatro, onde se revela o deus a céu aberto. Através de informações arqueológicas, a apresentação se articula em dois movimentos: por um lado, mostram-se dois aspectos antagônicos de Dioniso, que é tanto um priosioneiro (δεσμώτης) quanto um homem livre (ἐλευθέριος); por outro lado, a interpretação dessas noções antinômicas revela as mudanças e as continuidades da concepção do deus no processo de formação da pólis grega. |
Teatro Isa Meneghini, Helena Patrício J. P. Kaletrianos Sílvia Ricardino 17:55 – 18:30 (apresentação dia 8/12) |
Hippophaedra em obra Acompanhadas por Sílvia Ricardino à harpa, as atrizes Isa Meneghini e Helena K. Patrício representam trechos de um coro trágico e de um monólogo do personagem Hipólito. Trata-se de uma amostra do processo de encenação da peça Hippophaedra, uma adaptação do Hipólito de Eurípedes, com estreia prevista em 1 de fevereiro de 2020. Antes da apresentação, Jean Pierre Kaletrianos, diretor da peça e coordenador do Núcleo de Teatro, falará sobre o núcleo e o processo de criação da montagem. |
Dança Paulo Sertek Grupo Zorbás 18:35 – 19:10 |
O Carnaval de Rua de Náussa, Macedônia Central O Núcleo de Dança, em parceria com o grupo Zorbás, irá palestrar e apresentar as danças do Carnaval de rua da cidade de Náussa, festa popular conhecida como o Carnaval dos “Ghenítsari” ou “Búles” (Γενίτσαροι ή Μπούλες). Suas raízes se perdem no processo de Independência da Grécia em 1821, mas também nas festas dionisíacas (Antestérias). Búles ou Ghenítsari é como se autodenominam os jovens mascarados que participam da comitiva. Hoje em dia, o costume incorpora elementos da tradição oral, mitos, canções e lutas históricas da cidade de Náussa. Porém, mais além no passado, percebe-se certa relação de continuidade entre o Carnaval de Náussa e as cerimônias dionisíacas realizadas na Grécia Antiga para a recepção da primavera e a celebração da fertilidade da terra. |
08 de dezembro
Núcleo | Resumo |
História Jorge Kapotas 15:00 – 15:35 |
As primeiras evidências do culto de Dionísio na História Helênica: seria Dionísio um deus micênico? Este trabalho visa apresentar e analisar os primeiros registros escritos e arqueológicos do culto de Dionísio. Estas evidências serão analisadas a partir do contexto histórico definido pelas sociedades palacianas da Idade do Bronze Egeia. |
Filosofia Vicente Sampaio 15:40 – 16:15 |
Sócrates, professor de Dioniso Por que, em sua própria época, Sócrates foi identificado com o “sábio sileno”, figura vista ora como membro do séquito de Dioniso, ora como o próprio tutor do Deus do vinho e do teatro? O que tal associação pode dizer sobre a prática filosófica de Sócrates e, portanto, sobre a filosofia no seu gesto nascedouro? |
Música Nataly Ianicelli 16:20 – 16:55 |
Aristóxeno contra a Nova Música e a música teatral A Nova Música foi um movimento poético do final do século V AEC que propunha o renovar os estilos de composição tradicionais. Poetas como Melanípides, Frínis, Cinésias, Timóteo e Filóxeno compuseram tanto em gêneros mélicos (como nomoi e ditirambos) quanto em gêneros dramáticos, utilizando melodias complexas, ornamentações, instrumentos policordes, modulações e variações métricas. Tais inovações foram bastante criticadas à época, sobretudo pelo comediante Aristófanes e pelo filósofo Platão. A exposição discute fragmentos de Timóteo e de Filóxeno à luz da recepção negativa da Nova Música nos textos aristoxênicos, valendo-se da análise de dois fragmentos com notação musical cujas melodias apresentam características da Nova Música: o primeiro estásimo do Orestes de Eurípides e o Peã Délfico de Ateneu. |
Idioma e Literatura & SIANK 17:15 – 17:55 |
Apolo e Dioniso em “O nascimento da tragédia” de Nietzsche(1a. parte – Aspásia Papazanákis) Como Kazantzakis articula esses dois conceitos? Uma ilustração através das danças no filme “Zorba,o grego”. Dioniso na obra de Kazantzakis(2a. parte – SIANK) Leitura de trechos de diferentes livros e textos. |
Tradições e gastronomia Fotini Drossinis Helena Markakis Helena Sazalis Marina Zarvos Isabella Calia 18:00 – 18:30 (apresentação dia 1/12) |
Abertura do tonel “Profundos prazeres do vinho, quem não os conhece? Quem quer que tenha tido um remorso a aplacar, uma lembrança a evocar, uma dor a esquecer, um castelo na Espanha a construir, todos, enfim, já o invocaram, Deus misterioso escondido nas fibras da videira.”(Charles Baudelaire ) Ofereceremos uma viagem sensorial pela degustação de vinhos e sumos. Dioniso morre para reviver. Como o deus, a vinha morre para reviver. O vinho contém, em si mesmo, os segredos e a natureza selvagem do deus. Honraremos seus epítetos: · Dioniso Άνθιος, o portador da floração · Dioniso Κάρπιος, portador das frutas · Dioniso Ορθός, o reto, correto. Degustaremos: · retsina, vinho com notas de pinha . · vinho tinto temperado. Como dizia Detienne, “Bebendo o vinho bem misturado é que os homens deixam de ficar encurvados, como acontecia com o vinho puro.” |
TODOS 18:30 |
CONFRATERNIZAÇÃO COM APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS DE DANÇA |
Areté Centro de Estudos Helênicos
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